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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Os Diferentes Tipos de Alzheimer

Os Diferentes Tipos de Alzheimer e Como o Protocolo RECODE Atua

Introdução

A doença de Alzheimer é frequentemente vista como um distúrbio neurodegenerativo único, caracterizado pelo acúmulo de placas beta-amiloides e emaranhados neurofibrilares no cérebro. No entanto, pesquisas recentes indicam que existem diferentes subtipos da doença, cada um com mecanismos distintos e fatores de risco específicos.

O reconhecimento dessas variações abre caminho para abordagens terapêuticas mais eficazes, focadas na causa subjacente e não apenas nos sintomas. A seguir, exploramos os seis principais tipos de Alzheimer, seus mecanismos fisiopatológicos e estratégias de tratamento personalizadas.

Os Seis Tipos de Alzheimer

O livro The End of Alzheimer's descreve três tipos principais de Alzheimer, que são os tipos 1, 2 e 1,5, e também discute outros três subtipos, totalizando seis tipos de Alzheimer no total.

Os três tipos principais são:

  • Tipo 1 (Inflamatório ou "quente"): Associado à inflamação.
  • Tipo 2 (Atrófico ou "frio"): Relacionado à falta de suporte nutricional, hormonal ou de fatores tróficos.
  • Tipo 1,5 (Glicotóxico ou "doce"): Ligado ao excesso de açúcar no sangue ou níveis elevados de insulina em jejum.

Além desses três tipos principais, o livro também descreve mais três subtipos:

  • Tipo 3 (Tóxico ou "vil"): Resultante da exposição a toxinas como mercúrio, tolueno ou micotoxinas.
  • Tipo 4 (Vascular ou "pálido"): Relacionado a doenças cardiovasculares.
  • Tipo 5 (Traumático ou "confuso"): Associado a traumatismo craniano.

É importante ressaltar que, na maioria dos casos, as pessoas com declínio cognitivo apresentam uma combinação de fatores de múltiplos subtipos de Alzheimer, embora um tipo possa ser dominante. O tratamento, portanto, deve ser personalizado e individualizado para abordar todos os fatores contribuintes.

Classificação e Características dos Subtipos

Tipo Características e Tratamento
Alzheimer Tipo 1 – Inflamatório ("quente")
  • Associado à inflamação crônica.
  • Fatores: infecções crônicas, toxinas ambientais, estresse oxidativo.
  • Tratamento: dieta anti-inflamatória, antioxidantes, técnicas de redução de estresse.
Alzheimer Tipo 2 – Atrófico ("frio")
  • Deficiência de nutrientes e hormônios essenciais.
  • Fatores: baixos níveis de vitaminas B, D, ômega-3, déficit hormonal.
  • Tratamento: otimização nutricional, reposição hormonal, estímulos cognitivos.
Alzheimer Tipo 1,5 – Glicotóxico ("doce")
  • Associado à resistência à insulina.
  • Fatores: diabetes tipo 2, dieta rica em açúcar, sedentarismo.
  • Tratamento: dieta com baixo índice glicêmico, exercícios, jejum intermitente.
Alzheimer Tipo 3 – Tóxico ("vil")
  • Relacionado à exposição a toxinas ambientais.
  • Fatores: metais pesados, solventes, micotoxinas.
  • Tratamento: minimização da exposição, detoxificação hepática, uso de antioxidantes.
Alzheimer Tipo 4 – Vascular ("pálido")
  • Associado a doenças cardiovasculares.
  • Fatores: hipertensão, dislipidemia, aterosclerose.
  • Tratamento: controle da pressão arterial e colesterol, exercícios cardiovasculares.
Alzheimer Tipo 5 – Traumático ("confuso")
  • Decorrente de lesões cerebrais traumáticas.
  • Fatores: histórico de concussões, traumas repetitivos.
  • Tratamento: redução da inflamação pós-trauma, neuroprotetores, reabilitação neurológica.

Conclusão

O entendimento de que o Alzheimer não é uma única condição, mas sim um espectro de doenças interligadas, permite uma abordagem terapêutica mais personalizada e eficaz. Cada subtipo possui mecanismos e fatores de risco distintos, exigindo estratégias específicas para prevenção e tratamento.

A personalização do tratamento, baseada na identificação dos subtipos predominantes em cada paciente, pode oferecer esperança para prevenir ou até reverter o declínio cognitivo. Adotar um estilo de vida saudável, controlar fatores metabólicos e minimizar exposições a toxinas são estratégias essenciais para a manutenção da saúde cerebral a longo prazo.


⚠️ Nota Importante: Este conteúdo é apenas informativo. Todas as suplementações devem ser realizadas sob orientação médica, após avaliação individual completa e com acompanhamento regular através de exames laboratoriais.


Referências

Bredesen, Dale. O Fim do Alzheimer: O Primeiro Programa para Prevenir e Reverter o Declínio Cognitivo.

Neuroproteção e Regeneração Neuronal: Estratégias para Prevenir e Reverter o Alzheimer

Neuroproteção e Regeneração Neuronal: Estratégias para Prevenir e Reverter o Alzheimer

Introdução

O livro The End of Alzheimer's revela que o cérebro possui um poder extraordinário de regeneração, capaz de reverter o declínio cognitivo que muitos acreditavam ser um caminho sem volta. No centro dessa revolução científica está a neuroplasticidade - a surpreendente capacidade do nosso cérebro de se reinventar continuamente ao longo da vida. Como um jardim bem cuidado, nosso cérebro pode florescer com novos neurônios e fortalecer suas intrincadas redes de conexões quando recebe os estímulos adequados, abrindo possibilidades antes inimagináveis para nossa saúde mental.

O foco da neuroproteção envolve a estimulação de fatores de crescimento neuronal, reduzir a inflamação e otimizar o metabolismo cerebral. O Protocolo RECODE, desenvolvido pelo Dr. Dale Bredesen, propõe uma abordagem integrativa para fortalecer as funções cerebrais e combater os principais mecanismos neurodegenerativos.

Pilares da Regeneração Neuronal

🧠 Neuroplasticidade: capacidade do cérebro de se reorganizar e criar novas conexões durante toda a vida. Para estimular essa capacidade, é preciso nutrir a mente com desafios constantes, seja através da aprendizagem de algo novo, do cultivo de hobbies ou do engajamento em atividades voluntárias.

💪 Exercício físico: exercícios aeróbicos, ioga, pilates e, especialmente, a dança com parceiro, são verdadeiros estimulantes cerebrais. Eles aumentam o fluxo sanguíneo e ativam o BDNF, uma proteína crucial para o nascimento de novas células cerebrais.

😴 Sono de qualidade: atua como um zeloso faxineiro, limpando toxinas cerebrais durante o descanso profundo. Uma curiosidade interessante: dormir de lado pode potencializar esse processo de limpeza natural do cérebro.

🍲 Nutrição adequada: uma dieta rica em vitaminas essenciais, hormônios equilibrados e bons lipídios, como o DHA, alimenta nossas sinapses. O protocolo KetoFLEX 12/3 é apresentado como uma abordagem promissora para proteger nossos neurônios.

💊 Inflamação: Práticas como a meditação e o cuidado com a saúde intestinal criam um ambiente propício para a regeneração. Suplementos específicos, como extrato de café verde e citicolina, podem dar um impulso extra a esse processo.

📌Por fim, o livro enfatiza que a regeneração neuronal não é um processo rápido ou simples, mas sim o resultado de uma abordagem holística que inclui estilo de vida, dieta, exercícios, sono e estímulo mental, além de abordar as causas subjacentes do declínio cognitivo. Ao otimizar esses fatores, o cérebro pode se recuperar e melhorar a sua função.

Conclusão

A doença de Alzheimer pode ser prevenida e, em alguns casos, revertida através da modulação de fatores neuroprotetores. Estratégias como dieta anti-inflamatória, exercícios físicos, otimização hormonal e detoxificação cerebral são fundamentais para a longevidade cognitiva.

O Protocolo RECODE demonstra que, ao equilibrar esses fatores, é possível fortalecer o cérebro e prevenir o declínio cognitivo.


⚠️ Nota Importante: Este conteúdo é apenas informativo. Todas as suplementações devem ser realizadas sob orientação médica, após avaliação individual completa e com acompanhamento regular através de exames laboratoriais.


Referências

Bredesen, Dale. O Fim do Alzheimer: O Primeiro Programa para Prevenir e Reverter o Declínio Cognitivo,

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Berberina: Benefícios e Suplementação

Berberina: Benefícios e Suplementação

Introdução

A Berberina é um fitoativo presente em diversas plantas, incluindo a Berberis vulgaris, Magnolia officinalis e outras espécies medicinais. Tradicionalmente utilizada na medicina chinesa e ayurvédica, é classificada como um medicamento natural, sendo comercializada como suplemento nos mercados norte-americano e europeu.

Este composto destaca-se por suas múltiplas propriedades terapêuticas, incluindo ações anti-inflamatórias, antioxidantes, anticancerígenas, antimicrobianas, antifúngicas e antiparasitárias, sendo particularmente reconhecida por seu papel no tratamento do diabetes e insuficiência cardíaca congestiva.

Mecanismo de Ação e Funções Fisiológicas

O principal mecanismo de ação da Berberina ocorre através da ativação da proteína quinase ativada por AMP (AMPK), uma enzima fundamental no metabolismo energético celular. A AMPK é ativada em situações de deficiência energética celular, resultando em:

  • Aumento das defesas antioxidantes celulares
  • Incremento na biogênese mitocondrial
  • Melhora da sensibilidade à insulina
  • Otimização do metabolismo da glicose

Benefícios Comprovados

  • Controle glicêmico e melhora da sensibilidade à insulina
  • Redução de peso corporal e circunferência abdominal
  • Melhora do perfil lipídico (redução de colesterol total e LDL, aumento de HDL)
  • Diminuição dos níveis de triglicerídeos
  • Redução de enzimas hepáticas em casos de esteatose
  • Neuroproteção
  • Ação antimicrobiana
  • Modulação da microbiota intestinal
  • Hepatoproteção

Formas de Uso e Suplementação

A berberina está disponível em diferentes apresentações:

  • Berberina pura: disponível em cápsulas com dosagens de 300 mg a 1000 mg. A dose diária recomendada varia entre 900 mg a 1500 mg, dividida em 2-3 tomadas.
  • Berberina HCL (cloridrato de berberina): indicada para pessoas com hipocloridria (baixa acidez estomacal), porém contraindicada para pacientes com refluxo gastroesofágico.

Considerações para Praticantes de Exercícios

Suplemento Observações para Praticantes
Berberina Pode interferir no ganho de massa muscular e nos níveis de testosterona devido à modulação da via mTOR

Conclusão

A Berberina apresenta-se como um suplemento versátil com múltiplos benefícios para a saúde metabólica, intestinal e hepática. Embora possua menos estudos clínicos em comparação à metformina, demonstra resultados promissores em diversas condições de saúde, respaldados por evidências científicas crescentes.

⚠️ Nota Importante: Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo. Qualquer suplementação deve ser realizada sob orientação médica, após avaliação clínica individual completa e com acompanhamento regular através de exames laboratoriais.

Referências

Lee, B.H., Yang, L., et al. Berberine and Its Role in Chronic Disease Management: From Metabolic Disorders to Neurological Conditions. Front Pharmacol, 12: 654087, 2021.
Champ, C.E. Misguided Medicine: The Truth Behind Ill-Advised Medical Recommendations and How to Take Health Back Into Your Hands. CDR Health and Nutrition, 2016.
DiNicolantonio, J., Land, S., et al. WIN: Achieve Peak Athletic Performance, Optimize Recovery and Become a Champion. Victory Belt Publishing, 2021.

Neuroplasticidade e Suplementação

Neuroplasticidade e Suplementação

Introdução

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se adaptar e formar novas conexões para absorver conhecimentos e habilidades. Existem dois tipos principais: a neuroplasticidade do desenvolvimento, que ocorre naturalmente até cerca de 25 anos, e a neuroplasticidade do adulto, que é voluntária e permanece ativa por toda a vida.

O treinamento mental e a visualização são técnicas que potencializam a neuroplasticidade do adulto, aumentando a velocidade e eficiência do aprendizado tanto em tarefas mentais quanto físicas.

Mecanismo de Ação e Funções Fisiológicas

A formação da memória ocorre através de dois processos principais:

  • Potencialização de longo prazo: conexões entre neurônios se tornam permanentes.
  • Depressão de longo prazo: inibição de circuitos que atrapalham o aprendizado.

Processos Fundamentais do Aprendizado

Potencialização de Longo Prazo (LTP) Depressão de Longo Prazo (LTD)
Definição Fortalecimento das conexões sinápticas Enfraquecimento de conexões sinápticas
Função Consolida memórias e habilidades desejadas Elimina padrões incorretos ou interferentes
Exemplo Prático Aprender o movimento correto da raquete no tênis Suprimir movimentos imprecisos da raquete
Suporte Bioquímico Neurotransmissores excitatórios Glicina e outros neurotransmissores inibitórios

A memória se forma através de dois processos neurais complementares e essenciais. A potencialização de longo prazo (LTP) fortalece e consolida as conexões sinápticas necessárias para uma determinada habilidade, como dirigir um carro ou tocar um instrumento. Por outro lado, a depressão de longo prazo (LTD) atua eliminando ou enfraquecendo conexões que possam interferir no aprendizado correto.

Benefícios da Neuroplasticidade Otimizada

  • Melhora do desempenho em esportes de alto rendimento através de melhor adaptação neural
  • Aprimoramento do desempenho artístico por formação de novas conexões neurais
  • Auxílio na reabilitação física via reorganização de circuitos neurais
  • Desenvolvimento de habilidades cognitivas por meio de novas sinapses
  • Aceleração do processo de aprendizagem através da melhor conectividade neural

Treinamento Mental, Suplementação e Otimização Cognitiva

No processo de aprendizado, a sinergia entre técnicas mentais e uma abordagem nutricional estratégica pode elevar significativamente o desempenho cognitivo. Enquanto a visualização reforça conexões neurais e melhora habilidades motoras e cognitivas, a suplementação adequada fornece os substratos necessários para que o cérebro funcione em sua plenitude. Nesta seção, exploraremos como integrar esses dois pilares para maximizar o potencial de aprendizado.

Componente Função Benefícios
Treinamento Mental Fortalece conexões neurais
  • Melhora precisão de movimentos
  • Aumenta retenção de informações
  • Reduz tempo de aprendizado
Creatina (5g/dia) Fornece energia cerebral
  • Combate fadiga mental
  • Aumenta resistência cognitiva
  • Melhora memória de trabalho
Uridina (500-2000mg/dia) Otimiza neuroplasticidade
  • Protege sono REM
  • Aumenta formação de sinapses
  • Melhora consolidação da memória

Estratégia de Implementação

  1. Estabeleça rotina de visualização (3-5x/semana)
  2. Mantenha suplementação consistente
  3. Priorize sono adequado para consolidação

Este protocolo integrado maximiza o potencial de aprendizado ao fornecer tanto o estímulo mental quanto o suporte bioquímico necessários para o desenvolvimento cognitivo otimizado.

Conclusão

O treinamento mental e a visualização, quando combinados com suplementação adequada e bom sono, podem acelerar significativamente o processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades.

Resumo das Estratégias para Aprimorar o Aprendizado

  • Treino mental e visualização: 50 a 75 repetições por sessão, 3 a 5 vezes por semana.
  • Sono de qualidade: Priorize o sono REM para consolidar o aprendizado.
  • Creatina: 5g por dia para aumentar a resistência mental e reduzir a fadiga cognitiva.
  • Uridina + Ômega 3 + Colina: Fortalece a neuroplasticidade e melhora a capacidade de aprendizado.
  • Dieta anti-inflamatória e cetogênica: Apoia a função mitocondrial e melhora a clareza mental.

Tabela de Suplementos

Suplemento Dosagem Modo de Usar Benefícios
Creatina 5g/dia Durante 6 semanas Melhora desempenho cognitivo, memória de trabalho, resistência mental
Uridina 500-2000mg/dia Começar com doses menores Melhora memória, neuroplasticidade, protege sono REM
CDP Colina 500-2000mg/dia Começar com doses menores Mesmos benefícios da uridina + fonte de colina
Ômega 3 2-3g/dia Junto com uridina/CDP colina Sinergia com uridina, benefícios cognitivos

Nota de Rodapé

⚠️ Importante: Este artigo tem caráter meramente informativo. Consulte sempre um médico ou nutricionista para prescrições individualizadas e adequadas ao seu caso específico.

Referências

Puderbaugh M., Emmady P. D. Neuroplasticidade. StatPearls, 2023. Disponível em: NCBI.
Marzola P., Melzer T., Pavesi E., Gil-Mohapel J., Brocardo P. S. Exploring the Role of Neuroplasticity in Development, Aging, and Neurodegeneration. Brain Sciences, v. 13, n. 12, p. 1610, 2023. Disponível em: DOI.
Pickersgill J. W., Turco C. V., Ramdeo K., Rehsi R. S., Foglia S. D., Nelson A. J. The Combined Influences of Exercise, Diet and Sleep on Neuroplasticity. Frontiers in Psychology, v. 13, 2022. Disponível em: DOI.
Doidge N. O cérebro que se transforma: Como a neurociência pode curar as pessoas. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011. Tradução de Ryta Vinagre. Disponível em:
Douyon P. Neuroplasticity: Your Brain's Superpower: Change Your Brain and Change Your Life. Independently published, 2019. Disponível em:

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Modulação Mitocondrial e Saúde Mental

Modulação Mitocondrial e Saúde Mental

Introdução

A função mitocondrial é crucial para a saúde mental. Estas organelas, originárias de antigas bactérias, são as principais produtoras de energia celular, essencial para a produção de neurotransmissores e saúde neural.

Impacto na Saúde Mental

Mudanças no estilo de vida como exercícios, dieta low carb ou suplementação (magnésio, CoQ10, creatina) estimulam as mitocôndrias, afetando:

  • Produção de neurotransmissores
  • Conexões sinápticas
  • Eliminação de resíduos metabólicos

O cérebro humano contém cerca de 86 bilhões de neurônios, cada um com 1.000-20.000 mitocôndrias. A disfunção mitocondrial pode comprometer neurotransmissores essenciais (serotonina, dopamina, noradrenalina) e aumentar radicais livres, causando inflamação.

Nutrientes Essenciais

  • Coenzima Q10: Fundamental para produção de ATP
  • NAD: Transportador de elétrons
  • Ferro e Cobre: Elementos-chave nos complexos mitocondriais

Mecanismos de Modulação Mitocondrial

Cadeia Energética e Nutrientes

A produção de ATP depende de reações complexas na mitocôndria, onde NAD e Coenzima Q10 são essenciais para a transferência de elétrons. A Coenzima Q10 alterna entre formas oxidada (ubiquinona) e reduzida (ubiquinol), processo que requer ferro, cobre e enxofre.

Deficiências nutricionais podem causar:

  • Fadiga crônica
  • Queda de cabelo
  • Anemia
  • Déficit cognitivo

Impacto na Saúde

Baixa produção mitocondrial de ATP compromete funções cerebrais, causando fadiga, problemas de memória e baixa resiliência ao estresse. Intervenções como exercícios, dietas específicas e suplementação podem otimizar o metabolismo energético, melhorando disposição e equilíbrio emocional.

Otimização Mitocondrial através do Exercício

O exercício físico aeróbico é uma das estratégias mais poderosas para aumentar a quantidade e eficiência das mitocôndrias. Estudos mostram que ele é comparável aos antidepressivos no tratamento da depressão, devido ao seu impacto positivo na produção de neurotransmissores e na melhora do metabolismo energético cerebral.

O objetivo do exercício aeróbico é aumentar a VO₂ máxima, que representa a capacidade do organismo de utilizar oxigênio para gerar energia mitocondrial.

Benefícios do Exercício Aeróbico

  • Aumenta quantidade e eficiência mitocondrial
  • Comparável a antidepressivos no tratamento da depressão
  • Melhora VO₂ máxima (capacidade de utilização do oxigênio)

Zonas de Treinamento

Cálculo FCmáx = 220 - idade

Zonas e seus benefícios:

  • 50-60%: Recuperação
  • 60-70%: Queima de gordura
  • 70-80%: Melhora cardiovascular
  • 80-90%: Aumenta VO₂ máxima
  • 90-100%: Performance máxima

HIIT e Biogênese Mitocondrial

O treino intervalado de alta intensidade (HIIT) nas zonas 4-5 é mais eficaz para estimular a produção de mitocôndrias do que a suplementação.

Avaliação Médica Recomendada

  • Adolescência/30+: Ecocardiograma
  • A cada década: Eletrocardiograma
  • 40+: Teste de esforço, score de cálcio
  • 50+: Exames avançados (cintilografia, angiotomografia)

Dieta Cetogênica e Mitocôndrias

A dieta cetogênica é uma estratégia alimentar baseada em baixa ingestão de carboidratos (até 30g/dia), consumo moderado de proteínas e alta ingestão de gorduras saudáveis. Esse regime força o organismo a utilizar a gordura como principal fonte de energia, levando à produção de corpos cetônicos, que são um combustível altamente eficiente para as mitocôndrias.

Alimentos permitidos:

  • Gorduras saudáveis: abacate, azeite, óleo de coco, nozes
  • Proteínas: carnes, ovos, peixes
  • Vegetais: baixo índice glicêmico
  • Chocolate amargo

📌Evitar carboidratos refinados e inflamatórios, como pão, açúcar e massas

Benefícios Cerebrais:

  • Otimização energética via corpos cetônicos
  • Redução inflamatória
  • Neuroproteção
  • Melhora cognitiva e humor
  • Ativação de receptores GABA: reduz ansiedade e depressão
Suplemento Benefícios Protocolo
Ferro
  • Essencial para complexos ferro-enxofre e cobre-ferro
  • Previne anemia e fadiga
  • Melhora a oxigenação celular
  • Ferritina ideal: >50-70 ng/mL
  • Saturação de transferrina ideal: >20%
  • Reposição endovenosa preferível se ferritina <32 ng/mL
Magnésio
  • Ativa ATP e repara DNA mitocondrial
  • Regula neurotransmissores e humor
  • Melhora função muscular e sono
  • Magnésio intracelular ideal: >4,5
  • Formas recomendadas: Bisglicinato/Dimalato
  • Dose: 400-800mg/dia
Creatina
  • Melhora energia cerebral e reduz fadiga
  • Auxilia na regeneração do ATP
  • Reduz sintomas de depressão
  • Protocolo para depressão: 3g, 3x/dia (9g total)
  • Efeitos mais pronunciados em mulheres
L-Acetilcarnitina
  • Otimiza o transporte de ácidos graxos
  • Potencial efeito antidepressivo
  • Melhora cognição e atenção (TDAH)
  • Dose: 3.000mg/dia (1.500mg 2x/dia)
Azul de Metileno
  • Estimula mitocôndria e regula humor
  • Aumenta produção de ATP
  • Reduz estresse oxidativo
  • Dose antidepressiva: 15mg/dia
  • Contraindicado com antidepressivos/5-HTP
  • Requer prescrição médica

Protocolos de Otimização Mitocondrial

Os protocolos de otimização mitocondrial são estratégias que visam melhorar a saúde das mitocôndrias, as centrais de energia das células. O objetivo é aumentar a produção de ATP, a principal fonte de energia do corpo, e melhorar o desempenho físico.

Algumas estratégias de otimização mitocondrial incluem:

  • Suplementação de nutrientes como coenzima Q10, ácido alfa-lipóico, creatina e magnésio
  • Prática de exercício aeróbico intenso, como o HIIT (Treino Intervalado de Alta Intensidade)
  • Restrição calórica
  • Dieta cetogênica
  • Jejum intermitente
  • Suplementação

Protocolos

Protocolo Estratégias Indicação
Protocolo Essencial
  • Dieta Cetogênica
  • HIIT
  • Suplementação: Creatina, Magnésio

Ideal para:

  • Fadiga pós-COVID
  • Depressão leve/moderada
Protocolo Avançado
  • Base:Dieta Cetogênica + HIIT
  • Suplementação: Magnésio, Creatina, Azul de Metileno (IV)

Para:

  • Depressão resistente
  • Transtorno bipolar
Protocolo Independente
  • Dieta Cetogênica + HIIT
  • Suplementação: Creatina, Magnésio, Ômega 3, Taurina, CoQ10
  • Sauna: 20min, 5x/semana (mínimo 60min/semana)

Implementável sem supervisão médica.

Conclusão: A Chave para um Cérebro Saudável e Energizado

A saúde mitocondrial é a base para a vitalidade física e mental. Estratégias como dieta cetogênica, exercícios de alta intensidade, suplementação específica e sauna, são fundamentais para reverter quadros de fadiga, depressão e transtornos neurológicos.


⚠️ Nota Importante: Este artigo tem caráter meramente informativo e consultivo. Todas as recomendações de suplementação e tratamentos devem ser individualizadas e realizadas sob orientação de profissionais de saúde qualificados, como médicos e nutricionistas, que podem avaliar adequadamente suas necessidades específicas e possíveis contraindicações.


Referências

Gonzalez-Lima F, Auchter A. Protection against neurodegeneration with low-dose methylene blue and near-infrared light. Frontiers in Cellular Neuroscience, v. 9, p. 179, 2015. Disponível em: PubMed PMID.
TCHANG, Michael T. Mitochondrial Dysfunction: A Functional Medicine Approach to Diagnosis and Treatment. Editora: Healed and Whole Clinic, 2019.
Real-Hohn A, Navegantes C, Ramos K, Ramos-Filho D, Cahuê F, Galina A, Salerno VP. The synergism of high-intensity intermittent exercise and every-other-day intermittent fasting regimen on energy metabolism adaptations includes hexokinase activity and mitochondrial efficiency. PLoS ONE, v. 13, n. 12, p. e0202784, 2018. Disponível em: PubMed PMID.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Vitamina D: O Hormônio do Sol e Seu Impacto no Corpo Humano

Vitamina D: O Hormônio do Sol e Seu Impacto no Corpo Humano

1. Introdução e Conceitos Básicos

A vitamina D é um nutriente extraordinário que possui características tanto de vitamina quanto de hormônio esteroide. Sua principal função é regular a expressão gênica em diversas células do organismo, atuando como um modulador epigenético que influencia múltiplos aspectos da saúde humana.

Mecanismo de Ação e Funções Fisiológicas

A vitamina D é sintetizada na pele através da exposição à radiação ultravioleta B (UVB), convertendo o 7-desidrocolesterol em pré-vitamina D3, que se transforma em vitamina D3 pela ação do calor. Esta forma precisa ser ativada em duas etapas:

  • Primeira ativação: Ocorre no fígado, transformando-a em 25-OH vitamina D3 (calcidiol).
  • Segunda ativação: Acontece nos rins, convertendo-a em 1,25-OH vitamina D3 (calcitriol), sua forma ativa.

Metabolismo e Absorção da Vitamina D

O corpo utiliza uma substância derivada do colesterol (7-desidrocolesterol) para produzir vitamina D na pele. Por isso, o baixo nível de colesterol no corpo pode prejudicar a produção de vitamina D.

Para a produção adequada de vitamina D, são necessários níveis apropriados de magnésio, completando o trio essencial: magnésio, cálcio e vitamina D. Estes nutrientes trabalham em sinergia, cada um desempenhando papéis fundamentais:

  • O magnésio atua como cofator necessário para o transporte de cálcio através das membranas celulares.
  • A vitamina D facilita a absorção intestinal de cálcio e sua utilização adequada no organismo.
  • O cálcio depende da presença dos outros dois nutrientes para sua absorção e utilização eficiente.

2. Aspectos Clínicos Fundamentais

Níveis Laboratoriais e Avaliação

Nível de Vitamina D (ng/mL) Classificação Observações
Abaixo de 10 Deficiência grave Requer intervenção médica imediata
10-20 Deficiência Necessita suplementação
20-32 Insuficiência Requer otimização
32-60 Níveis ideais Adequado para função imunológica básica
60-100 Níveis terapêuticos Benéfico para condições autoimunes
Acima de 100 Zona de alerta Requer monitoramento médico imediato

Fatores que Aumentam a Necessidade

  • Obesidade: o tecido adiposo sequestra vitamina D;
  • Problemas hepáticos: comprometem a primeira hidroxilação;
  • Insuficiência renal: afeta a segunda hidroxilação;
  • Baixa exposição solar: reduz a produção endógena;
  • Síndrome metabólica: aumenta a resistência celular;
  • Deficiência de magnésio: prejudica a ativação;
  • Idade avançada: diminui a capacidade de síntese cutânea;
  • Medicamentos: alguns podem interferir no metabolismo.

3. Mecanismos de Ação por Sistema

Sistema Imunológico

A vitamina D atua como regulador central do sistema imunológico, coordenando respostas imunes e modulando tanto a imunidade inata quanto a adaptativa. Suas principais ações incluem:

  • Potencialização da resposta imune contra patógenos;
  • Modulação da resposta inflamatória;
  • Regulação da produção de citocinas;
  • Suporte à função das células T reguladoras.

Saúde Óssea e Metabolismo do Cálcio

O sistema de regulação do cálcio sanguíneo é mediado pelo hormônio paratireoidiano (PTH) e vitamina D, funcionando em conjunto para manter a homeostase mineral. Pontos importantes:

  • PTH deve permanecer abaixo de 30 pg/mL para evitar reabsorção óssea excessiva;
  • Níveis adequados de vitamina D mantêm o PTH em níveis fisiológicos;
  • A interação entre vitamina D, magnésio e PTH é crucial para a saúde óssea;
  • O monitoramento regular destes parâmetros é essencial.

Sistema Nervoso e Cognição

A vitamina D desempenha funções cruciais no sistema nervoso:

  • Neuroproteção e neurogênese;
  • Regulação da plasticidade sináptica;
  • Modulação dos neurotransmissores;
  • Redução da neuroinflamação;
  • Suporte à função cognitiva.

4. Interações Nutricionais Importantes

Interação Vitamina A e D

A interação entre vitaminas A e D ocorre através de receptores nucleares específicos:

  • VDR (Vitamin D Receptor) para vitamina D;
  • RXR (Retinoid X Receptor) para vitamina A;
  • Níveis séricos ideais de vitamina A: 0,7-0,8 ng/mL;
  • Níveis séricos ideais de vitamina D: 50-100 ng/mL.

Sinergias Nutricionais

Nutriente Função Dosagem Recomendada
Vitamina K2 (MK-7) Direcionamento do cálcio para os ossos 100-200 mcg/dia
Magnésio Cofator para ativação da vitamina D 300-400 mg/dia
Zinco Suporte ao receptor VDR 15-30 mg/dia
Boro Metabolismo mineral 3-6 mg/dia

5. Aspectos Práticos e Terapêuticos

Formas de Suplementação

Via de Administração Vantagens Considerações
Intramuscular - Absorção garantida - Doses espaçadas (600.000 UI/6 meses) - Aderência facilitada Requer aplicação profissional
Oral - Flexibilidade de doses - Custo-benefício - Fácil acesso Requer uso consistente
Sublingual - Absorção rápida - Bypass hepático parcial Menos estudos disponíveis

Contraindicações e Precauções

  • Hipercalcemia;
  • Doença granulomatosa ativa;
  • Hiperparatireoidismo primário;
  • Sarcoidose;
  • Uso concomitante de certos medicamentos.

Interações Medicamentosas

  • Anticonvulsivantes: podem reduzir níveis séricos;
  • Corticosteroides: interferem na absorção;
  • Diuréticos tiazídicos: risco de hipercalcemia;
  • Estatinas: podem afetar a biodisponibilidade.

Conclusão

A vitamina D é um nutriente essencial com amplas implicações para a saúde humana. Sua suplementação deve ser individualizada, considerando fatores como idade, peso corporal, condições de saúde e níveis séricos basais. O monitoramento regular através de exames laboratoriais é fundamental para garantir níveis adequados e seguros.

⚠️ Nota Importante: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Toda suplementação deve ser realizada sob orientação profissional, após avaliação individual completa e


Referências

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Fung, Jason. 2020 TThe Cancer Code: A Revolutionary New Understanding of a Medical Mystery
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Vitamina E: Benefícios, Fontes e Suplementação

Vitamina E: Benefícios, Fontes e Suplementação

Introdução

A vitamina E é um nutriente lipossolúvel essencial que atua como principal antioxidante das membranas celulares. Sua importância se estende desde a proteção contra radicais livres até funções específicas no sistema imunológico e neurológico, sendo fundamental para a manutenção da saúde celular e prevenção de doenças crônicas.

Mecanismo de Ação e Funções Fisiológicas

A vitamina E atua principalmente como antioxidante nas membranas celulares, que são compostas por camadas duplas de lipídios. Seu papel fundamental é interromper a reação em cadeia de oxidação dos ácidos graxos, especialmente os poliinsaturados (PUFAs), impedindo a propagação de radicais livres e protegendo as estruturas celulares contra danos oxidativos.

Benefícios

  • Proteção das membranas celulares contra oxidação
  • Melhoria da função imunológica, especialmente em idosos
  • Suporte à saúde neurológica
  • Proteção da retina
  • Melhoria da cicatrização
  • Suporte à fertilidade
  • Proteção contra doenças neurodegenerativas

Fontes Naturais

  • 🏺Azeite de dendê (principal fonte)
  • 🌾Óleo de germe de trigo
  • 🥬Folhas verdes escuras
  • 🫘Nozes e sementes
  • 🐟Peixes gordurosos
  • 🐄Carnes de animais criados a pasto

Azeite de Dendê: Uma das Melhores Fontes Naturais de Vitamina E

O azeite de dendê é uma das principais fontes naturais de vitamina E, destacando-se por sua composição única que combina alta concentração de antioxidantes e estabilidade oxidativa. Diferente dos óleos refinados, mantém seus nutrientes preservados, incluindo tocoferóis e tocotrienóis naturais, além de apresentar baixos níveis de PUFAs. Para manter suas propriedades benéficas, recomenda-se evitar seu aquecimento excessivo durante o preparo dos alimentos.

Equilíbrio entre Gorduras Poliinsaturadas e Vitamina E

Embora as gorduras poliinsaturadas (PUFAs), especialmente ômega-3 e ômega-6, sejam nutrientes essenciais para a saúde, seu consumo requer atenção especial. O equilíbrio adequado entre estas gorduras e a vitamina E é fundamental para evitar efeitos adversos no organismo.

Quando há consumo elevado de PUFAs sem a correspondente proteção antioxidante da vitamina E, pode ocorrer um processo prejudicial de oxidação celular excessiva. Este desequilíbrio aumenta a produção de radicais livres, podendo comprometer seriamente a integridade das membranas celulares e, consequentemente, a saúde do organismo. Por isso, é essencial garantir uma ingestão proporcional de vitamina E ao consumir alimentos ricos em gorduras poliinsaturadas.

Formas de Suplementação

  • D-alfa-tocoferol (forma natural). Cuidado com o DL-Alfa-Tocoferol (Sintético)
  • Tocoferóis mistos
  • Tocotrienóis mistos
  • Dosagem recomendada: 20-400mg/dia

Na rotulagem de suplementos de vitamina E, a forma natural é identificada como D-Alfa-Tocoferol ou RRR-Alfa-Tocoferol, sendo estas as versões com maior biodisponibilidade e eficácia. Já a presença de DL-Alfa-Tocoferol indica que se trata da forma sintética, que possui menor aproveitamento pelo organismo e deve ser evitada, pois pode até mesmo atuar como pró-oxidante quando não adequadamente utilizada pelo corpo.

Fatores que Aumentam a Necessidade de Vitamina E

  • Alto consumo de óleos refinados
  • Exposição a poluentes
  • Tabagismo (ativo ou passivo)
  • Doenças crônicas
  • Idade avançada (acima de 60 anos)
  • Doenças neurodegenerativas

Estratégias de Otimização

  • Consumir vitamina E com refeições contendo gordura
  • Preferir fontes naturais como azeite de dendê
  • Evitar óleos refinados
  • Combinar com outros antioxidantes

Sinergia com Outros Suplementos

  • Vitamina C (regenera a vitamina E)
  • Selênio (trabalha em conjunto)

Doses Comuns de Suplementação

  • Dose mínima eficaz: 40 mg por dia
  • Dose moderada (para proteção geral): 200 mg por dia
  • Dose máxima (para casos específicos): 400 mg por dia

Para a maioria das pessoas, 40 mg diários são suficientes para cobrir as necessidades do organismo. Já para pacientes com doenças crônicas ou exposição a altos níveis de radicais livres, doses de até 400 mg diários podem ser recomendadas, mas sempre sob orientação médica.

Além disso, é fundamental tomar a vitamina E junto com as refeições, pois sendo lipossolúvel, sua absorção é otimizada quando consumida com alimentos que contenham gordura saudável.

Melhores Estratégias para Garantir a Vitamina E na Dieta

  • Consumir alimentos ricos em vitamina E, como azeite de dendê, azeite de oliva extravirgem, nozes, castanhas, sementes e folhas verdes.
  • Evitar óleos refinados (soja, milho, canola, girassol), pois possuem alta quantidade de gorduras poliinsaturadas sem vitamina E suficiente para protegê-las da oxidação.
  • Priorizar carnes de gado criado a pasto, que possuem níveis mais elevados de vitamina E.
  • Utilizar suplementos de vitamina E com tocoferóis e tocotrienóis mistos, evitando formas sintéticas como DL-Alfa-Tocoferol.
  • Tomar suplementos com refeições que contenham gordura, para garantir uma absorção eficiente.

Conclusão

A vitamina E é um nutriente essencial para a saúde celular, com papel fundamental na proteção antioxidante. Sua suplementação deve ser criteriosa, respeitando limites seguros de dosagem e preferencialmente utilizando formas naturais combinadas de tocoferóis e tocotrienóis.

A deficiência e o excesso de vitamina E podem ter impactos significativos na saúde, enquanto sua suplementação adequada pode trazer benefícios notáveis, especialmente em doenças crônicas neurodegenerativas e na melhora da imunidade em idosos.


⚠️ Nota Importante: Este artigo tem caráter meramente informativo e consultivo. Toda suplementação deve ser prescrita e acompanhada por profissionais de saúde qualificados (médico ou nutricionista) de acordo com necessidades individuais.


Rizvi S, Raza ST, Ahmed F, Ahmad A, Abbas S, Mahdi F. The role of vitamin E in human health and some diseases. Sultan Qaboos University Medical Journal, v. 14, n. 2, p. e157-165, 2014. Disponível em: PubMed PMID.
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Colina: Benefícios, Fontes e Suplementação

Colina: Benefícios, Fontes e Suplementação

Introdução

A colina é um nutriente essencial frequentemente associado ao complexo B, sendo considerada por muitos como a nona vitamina deste grupo. Embora o corpo humano consiga produzir uma quantidade limitada de colina, sua importância nutricional é significativa, principalmente por suas diversas funções no organismo, especialmente para evitar problemas metabólicos, hepáticos e neurológicos.

Diferentemente de outras vitaminas do complexo B, como a B3 (nicotinamida), não são conhecidos casos de deficiência grave de colina. No entanto, sua insuficiência pode causar várias manifestações clínicas importantes, tornando-a um nutriente fundamental para a saúde humana.

Mecanismo de Ação e Funções Fisiológicas

A colina atua principalmente através da metilação, um processo que envolve a transferência de grupos metil para realizar diversas funções no organismo. Ela participa da conversão de homocisteína em metionina através da via da betaína, complementando a ação do folato e da vitamina B12. No fígado, é essencial para a produção de fosfatidilcolina, componente vital das membranas celulares e para a exportação de gorduras. No sistema nervoso, contribui para a produção de acetilcolina, neurotransmissor crucial para memória, atenção, foco e funções cognitivas.

Benefícios

  1. Prevenção de câncer e doenças cardiovasculares
  2. Melhora da tolerância à histamina
  3. Otimização do foco e atenção
  4. Suporte à saúde hepática
  5. Melhora do sono REM
  6. Apoio ao sistema nervoso parasimpático
  7. Fortalecimento da memória e cognição
  8. Suporte à saúde digestiva

Fontes Naturais

  • 🥚Gema de ovo (principal fonte)
  • 🥩Fígado bovino
  • 🍖Carnes e peixes
  • 🥦Vegetais e lácteos
  • 🫘Feijões e leguminosas
  • 🌾Germe de trigo
  • 🟥Beterraba
  • 🍃Espinafre

Quantidade Diária Recomendada

  • Homens Adutos: pelo menos 550 mg/dia
  • Mulheres Adultas:pelo menos 425 mg/dia
  • Gestantes: pelo menos 450 mg/dia
  • Lactantes: pelo menos 550 mg/dia

Comparação de Alimentos Ricos em Colina

  • 300g de carne ou peixe → Contêm tanta colina quanto uma gema de ovo
  • 600 a 700g de vegetais e laticínios → Equivalem à colina de uma gema de ovo
  • 200g de feijão → Contêm colina equivalente a uma gema de ovo
  • 40 a 50g de fígado bovino → Possuem colina equivalente a uma gema de ovo
  • 150g de fígado por semana → Fornecem colina equivalente a três gemas de ovo
  • 700g de vegetais e lácteos → Contribuem com colina equivalente a um ovo

Dessa forma, uma pessoa que consome dois ovos por dia, além de uma dieta equilibrada com carne, feijão, vegetais, laticínios e fígado, pode facilmente atingir a meta de colina. No entanto, dietas pobres em alimentos ricos nesse nutriente – como aquelas com alta ingestão de ultraprocessados ou longos períodos de jejum – tornam difícil atingir os níveis ideais.

Fatores que Aumentam a Necessidade de Colina

  • Mutação do gene MTHFR
  • Menopausa (devido à diminuição do estrogênio)
  • Deficiência de folato e vitamina B12
  • Polimorfismos genéticos que afetam a produção de colina

Estratégias de Otimização

  • Consumo regular de alimentos ricos em colina
  • Suplementação com alfa-GPC para benefícios cognitivos
  • Combinação com alho para reduzir produção de TMAO
  • Manutenção da dose dentro do limite de 1200mg/dia
  • Uso de formas mais biodisponíveis como alfa-GPC ou CDP colina

Sinergia com Outros Suplementos

  • Creatina
  • Taurina
  • Vitamina B12
  • Folato
  • Riboflavina (B2)

Efeitos do Excesso de Colina

Embora a colina seja essencial, o excesso pode ser prejudicial. Doses entre 7 a 10g por dia podem levar a sintomas indesejados, como:

  • Pressão arterial baixa
  • Odor corporal com cheiro de peixe
  • Suor excessivo e salivação aumentada

Para Reduzir os efeitos negativos do excesso de colina:

  • Suplementação inteligente → Prefira fosfatidilcolina ou alfa-GPC, pois esses suplementos evitam a formação excessiva de TMAO.
  • Consumo de alho → O extrato de alho ajuda a inibir bactérias intestinais que produzem TMAO, reduzindo o risco cardiovascular.

Betaína: Uma Alternativa Parcial à Colina

A betaína é um composto que pode substituir até 50% da necessidade diária de colina, sendo fundamental para a metilação. Se uma pessoa precisa de 550 mg de colina por dia, essa exigência pode ser reduzida para 275 mg, desde que a outra metade seja suprida por betaína. No entanto, é crucial diferenciar a betaína pura da betaína HCL (cloridrato de betaína).

  • Betaína pura (base ou anidra) → Atua na metilação e substitui parte da colina.
  • Betaína HCL→ Utilizada como fonte de ácido clorídrico para a digestão, sem benefícios diretos na metilação.

Para garantir a suplementação correta, é essencial que em farmácias de manipulação a prescrição seja feita como "betaína base" ou "betaína anidra", evitando confusões. A betaína também é útil para a síntese proteica, sendo frequentemente combinada com Creatina e taurina para otimizar o metabolismo muscular, especialmente após os 50 anos. Uma sugestão de combinação eficaz para essa fase da vida inclui 1g de Betaina/dia, 2g de Taurina/dia e 6g de Creatina/dia.

Fontes Alimentares de Betaína

Entre os alimentos ricos em betaína, os destaques são:

  • 🟥 Beterraba → 100g cruas ou 50g cozidas fornecem a betaína de uma gema de ovo.
  • 🥬 Espinafre congelado → 100g equivalem à betaína de uma gema de ovo.
  • 🌾 Germe de trigo → 70g fornecem betaína equivalente a duas gemas de ovo e colina equivalente a uma gema.

Com 70g de germe de trigo por dia, um indivíduo vegano, por exemplo, já atinge quase a quantidade ideal de betaína. Isso mostra que, com uma combinação inteligente de beterraba, espinafre e germe de trigo, até mesmo quem não consome ovos pode atingir as recomendações desse nutriente essencial.

A recomendação mínima de betaína na dieta é de 300 mg por dia, mas o ideal é maximizar sua ingestão. No entanto, é importante manter um equilíbrio: nunca ultrapassar 1200 mg de colina por dia, pois o excesso pode aumentar a produção de uma substância chamada TMAO (trimetilamina-N-óxido), associada a um maior risco cardiovascular.

Dosagens Terapêuticas: Indicações e Posologia

Para aqueles que não conseguem atingir a ingestão necessária através da dieta, a suplementação pode ser uma alternativa eficaz. Dentre as opções disponíveis, destacam-se:

Suplemento Dosagem Frequência
Alfa-GPC 300mg 3-4 vezes ao dia
Fosfatidilcolina 500mg 7 vezes ao dia
Betaína (TMG) 500mg 2 vezes ao dia
CDP-colina 250-500mg 2 vezes ao dia
Bitartrato de colina 1200mg 1 vez ao dia

Suplementação para Praticantes de Exercícios Físicos

Suplemento Dosagem Recomendada Benefícios para Praticantes
Alfa-GPC 300mg 3-4x/dia Força muscular, foco mental
Creatina 6g/dia Síntese proteica, força muscular
Taurina 2000mg/dia Síntese proteica
Betaína 1000mg/dia Síntese proteica, especialmente após 50 anos

Conclusão

A colina é um nutriente essencial com múltiplas funções no organismo, desde o suporte ao sistema de metilação até a proteção hepática e função cerebral. Sua suplementação deve ser considerada dentro dos limites seguros, preferencialmente com acompanhamento profissional.


⚠️ Nota Importante: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações apresentadas não substituem a consulta a profissionais de saúde. Para prescrições individualizadas e recomendações específicas, consulte sempre um médico ou nutricionista qualificado, que poderá avaliar suas necessidades particulares e condições de saúde para determinar a melhor abordagem terapêutica.As dosagens e recomendações mencionadas são baseadas em dados gerais e podem não ser adequadas para todos os indivíduos. Fatores como idade, condições de saúde, medicamentos em uso e objetivos específicos devem ser considerados na prescrição individualizada de suplementos.


Referências

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